O desenvolvimento da liderança em áreas operacionais é sempre um desafio para grande parte das empresas brasileiras.
Tudo começa na seleção e valorização de talentos em funções técnicas para desempenhar cargos de maior responsabilidade, mas isso não basta.
É importante que a empresa, além de seus especialistas em RH, crie estratégias de capacitação e desenvolvimento progressivo.
Veja qual o papel da liderança das áreas operacionais de uma empresa e confira algumas boas práticas de capacitação deste profissional.
Como se forma uma liderança em áreas operacionais?
Líderes não nascem do dia para a noite. Eles são formados com capacitação e acompanhamento.
Nas áreas operacionais não é diferente: este profissional geralmente tem um perfil técnico ou especialista em seu segmento, mas nem sempre tem as habilidades necessárias para dar o máximo como um líder operacional.
Sendo assim, a liderança operacional deve ter os conhecimentos necessários sobre determinada parte do processo e sobre o processo produtivo como um todo.
Deve ter prática na resolução de problemas diversos que implicam à sua área de atuação e deve saber tomar decisões frente às diferentes situações do seu cotidiano.
Contudo, é preciso ter conhecimentos não apenas técnicos, mas também ao que se refere à gestão de pessoas, já que uma liderança é um cargo que serve e apoia às demais funções operacionais.
Portanto, para não perder um ótimo profissional da área operacional e ainda ganhar um ótimo líder, a empresa precisa reconhecer que esta transição pode levar tempo e pode exigir preparação de alta performance – e claro, o profissional precisa querer se desenvolver nesse novo papel também.
Pode até parecer estranho para algumas pessoas, mas existem profissionais que realmente não desejam se tornar líderes, e isso deve ser respeitado.
Em muitos casos, os profissionais das áreas operacionais que ascendem como líderes se deparam com a primeira experiência em liderança, o que pode ser pavoroso para alguns.
Por isso, as empresas não podem ignorar o fato de que todo líder se forma com o tempo necessário e com o apoio adequado e alinhado com as propostas estratégicas da instituição.
Desafios das lideranças operacionais
Formar um líder operacional ainda é um desafio para muitas empresas.
Em sua maioria, as empresas acreditam que o profissional que queira uma posição melhor na empresa já deve estar preparado para assumir cargos de liderança, e ignoram o processo de transição necessário.
Desta forma, não investem em capacitação para esta função. Não compreendem que o fato do profissional ser um bom técnico não quer dizer que seja automaticamente um bom líder.
No segmento operacional, a relação curto prazo e resultados é bastante intensa. Os profissionais estratégicos ou técnicos requisitados dificilmente abandonam seus postos por muito tempo, ainda mais para realizar capacitação e treinamento de médio ou longo prazo.
Esta é uma das principais dificuldades na formação de lideranças neste segmento.
Além disso, outro problema tem a ver com a própria capacitação: é preciso que os novos conhecimentos tenham forte relação com a experiência do dia a dia destes profissionais, pois só assim fará sentido e gerará mudanças.
Portanto, é importante que os formadores de novas lideranças operacionais se atenham a atender as seguintes características para o desenvolvimento de novos líderes:
Gestão de pessoas
O líder deve ser capaz de motivar e desenvolver pessoas, lidando com os diferentes aspectos das relações dentro de sua equipe – tais como conflitos, desenvolvimento de carreira, comunicação assertivas, etc.
Gestão de desempenho ou resultados
Trata-se da administração da produtividade como um todo, considerando recursos, tempo e resultados.
Estratégias do negócio
Conhecer o mercado de atuação e o posicionamento da empresa neste meio, além de suas capacidades e possibilidades.
Identidade da empresa
Compreender a cultura organizacional e levar aos seus liderados este conhecimento sobre a empresa, seus propósitos, valores e condutas almejadas.
De uma forma geral, a liderança operacional deve ter competências e habilidades comuns em qualquer tipo de liderança, como
- Comunicação assertiva;
- Promoção da prática de feedback;
- Iniciativa própria;
- Capacidade de gestão do tempo;
- Promoção do mútuo aprendizado;
- Proatividade;
- Resiliência e empatia com as pessoas;
- Visão do futuro (para antever as mudanças organizacionais necessárias);
- E visão do todo.