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Como os vieses inconscientes afetam seus processos seletivos

Como os vieses inconscientes afetam seus processos seletivos

Toda empresa deseja criar equipes de alta performance, capazes de trazer soluções criativas e inovadoras para seus problemas. E, um dos fatores que pode atrapalhar esse resultado, principalmente na hora da seleção e recrutamento, são os vieses inconscientes. Você sabe como os vieses inconscientes afetam seus processos seletivos?

Esse é um tema que vem chamando cada vez mais atenção entre empresas, principalmente aquelas voltadas para a diversidade e a inclusão. Continue lendo esse artigo para saber o que são os vieses inconscientes, como eles podem estar atrapalhando o rendimento da sua empresa e o que podemos fazer para minimizar seus efeitos.

LEIA MAIS: Como evitar situações que podem ser consideradas discriminatórias em um processo seletivo

O que é viés inconsciente?

Pela definição clássica, um viés inconsciente são atitudes e estereótipos subjacentes que inconscientemente atribuímos a outra pessoa ou grupos de pessoas – e isso afeta a forma como as entendemos e como nos envolvemos com elas.

Em seu livro Viés inconsciente: como identificar nossos vieses inconscientes e abrir o caminho para a diversidade e a inclusão nas empresas, Cris Kerr aponta que nenhum de nós está livre de vieses inconscientes.

Afinal, essas ideias preconcebidas, como o próprio termo sugere, são inconscientes e seria muito mais simples trazer diversidade e inclusão para as nossas empresas se estes vieses não existissem.

O viés inconsciente é aquela primeira impressão que temos de alguém com base na nossa programação e experiências prévias.

Para se ter uma ideia, uma pesquisa mostra que levamos milésimos de segundo para fazer o primeiro julgamento sobre uma pessoa.

Quando conhecemos alguém, portanto, quando literalmente vemos essa pessoa pela primeira vez, nosso cérebro usa nossas experiências prévias, tudo aquilo que ouvimos, falamos e absorvemos para fazer um primeiro julgamento – aqui é importante dizer que normalmente ele é inconsciente e pode ser um mecanismo de defesa ancestral do nosso cérebro por algo que vivenciamos previamente e nosso cérebro, para nos proteger, ‘generaliza’ aquelas características e comportamentos como sendo um padrão a ser evitado e, infelizmente, até mesmo excluído.

Agora imagine como isso pode afetar as empresas na hora de selecionar e recrutar novos talentos? Pode ser que imaginemos que alguém mais parecido conosco será mais competente. Que uma pessoa mais velha será mais lenta em determinada tarefa ou que uma pessoa mais jovem não saberá realizá-la.

Diferentes vieses inconscientes agem ao mesmo tempo

Você sabia que há mais de cem tipos de vieses catalogados? É importante ter em mente que eles não agem de forma isolada, justamente por serem muitos! 

Nosso cérebro, como uma máquina inteligente que é, cruza informações e vivências prévias e traz diversos vieses simultaneamente.

Alguns vieses que podemos apontar:

– Viés de gênero;

– Viés de afinidade;

– Etarismo;

– Viés de beleza;

– Viés de nome;

– Efeito halo;

– Efeito chifre;

– Efeito contraste.

A seguir, falaremos um pouco mais sobre eles para que possamos refletir: será que esses vieses estão afetando nossa empresa?

Dados do mercado de trabalho e vieses inconscientes

Para termos uma ideia de como os vieses inconscientes podem afetar as empresas, basta olhar para as estatísticas.

viés de gênero, por exemplo, é a tendência a preferir um gênero a outro. No recrutamento, isso pode nos deixar inclinados a um candidato em específico.

Quando um viés de gênero toma conta de nossa mente, atribuímos ao gênero habilidades, capacidade, competências pessoais e comportamentais.

Diversas pesquisas já provaram que o gênero não influencia em nossas competências. Dizer que homens são mais capazes do que mulheres em algo ou vice-versa é contraproducente, pois precisamos entender que pessoas podem ser mais capazes do que outras, independentemente de gênero.

Com isso em mente, a decisão por um candidato em detrimento de outro, com base em habilidades, é mais justa.

Quando olhamos para as estatísticas, vemos que a participação de mulheres no mercado de trabalho é menor, que homens têm mais chances de contratação do que mulheres apenas por serem homens e que apenas 3% das mulheres do Brasil ocupam cargo de liderança.

Segundo a McKinsey, empresas com diversidade de gênero têm 28% mais chances de apresentar um desempenho financeiro superior.

viés de afinidade, por sua vez, é aquele referente ao relacionamento entre pessoas. É quando aquela pessoa que estamos conhecendo torce pelo mesmo time, gosta das mesmas coisas, se comunica de modo parecido e nosso cérebro julga que ela é mais competente- e até mais confiável – porque se parece conosco.

Esse é um dos vieses que mais impacta o processo de seleção de pessoas, atrapalhando a criação de equipes diversificadas, com pessoas que pensam diferente.

Há também vieses relacionados a características pessoais, como etarismo ou viés de beleza, por exemplo. Podemos achar que uma pessoa mais velha será melhor ou pior do que uma pessoa mais jovem ainda que isso não tenha nenhuma relação com seu trabalho.

Em outros casos, acontece de o recrutador selecionar uma pessoa que julgue mais bonita, ainda que isso não a torne melhor para a função. Esse viés é fortemente aproveitado, por exemplo, em campanhas publicitárias, em que mulheres bonitas e elegantes historicamente nos influenciam inconscientemente a querermos determinados produtos.

O viés de nome, por sua vez, é aquele em que o nome ou sobrenome da pessoa afetam suas expectativas sobre ela, fazendo com que atribua características que acredita ser de uma etnia ou grupo.

Vieses inconscientes, como podemos ver, podem trazer diversas consequências para como formamos nossas equipes. O efeito halo faz referência ao halo – auréola de luz que aparece sobre a cabeça de um anjo nas pinturas. É quando uma pessoa faz algo que impressionou uma vez e a partir desse momento seu entendimento é o de que tudo o que ela faz é impressionante e bom.

Por outro lado, o efeito chifre faz com que um único erro possa tirar totalmente a sua confiança em alguém, fazendo com que menospreze aquele funcionário e questione tudo o que ele faz.

Por fim, o último dos vieses mencionados acima, o efeito contraste é aquele que tendemos a exagerar o desempenho de uma pessoa em contraste com outra.

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Os vieses foram necessários para a nossa evolução

Agora que você já entendeu o que são os vieses, pode estar achando que eles são “pedras no sapato”, contratempos para nossas organizações.

Mas na verdade, o viés foi muito importante para a nossa evolução, permitindo que tomássemos decisões rápidas com economia de energia.

Imagine nossos antepassados, tendo que lidar com situações perigosas, reconhecer se um animal ou planta pode ser ameaçador ou não. O cérebro precisava julgar rapidamente esses fatores, para que as chances de sobrevivência humana aumentassem.

Mesmo hoje, temos que admitir que seríamos muito menos produtivos se esses vieses não existissem.

Como os vieses afetam negativamente o seu negócio?

Ainda que os vieses inconscientes tenham um papel fundamental na evolução, eles constituem um ponto que merece nossa atenção. Isso porque hoje a maior parte das nossas decisões são complexas e têm grandes impactos.

Tomar decisões baseadas apenas em instinto, nesse contexto, não é inteligente. Quanto mais dados tivermos para analisar, melhor será nossa decisão. E, no que tangem os Recursos Humanos, a escolha de pessoas para nossas equipes é fundamental para os resultados.

As organizações com melhores resultados são aquelas com as melhores equipes. Toda vez que deixamos o viés inconsciente prevalecer, teremos dificuldade de promover diversidade, criatividade, inovação.

Como consequência:

– Perdemos profissionais talentosos;

– Temos maiores dificuldades em encontrar soluções criativas;

– Prejudicamos diversidade;

– Atrapalhamos o rendimento da organização.

Lidando com o viés inconsciente

O que realmente ajuda a promover diversidade e inclusão nas empresas, contornando os vieses inconscientes, é um recrutamento e seleção pensado e voltado para a análise de competências baseada em dados.

Quanto mais dados você tiver sobre seus candidatos, quanto melhor seu processo seletivo gerar essas informações, melhor será a sua escolha e, se no final, vieses inconscientes interferirem ao menos o processo terá sido mais justo.

Para isso, precisamos definir bem quais as competências e traços de personalidade são desejáveis para cada função.

Conclusão

Termos a humildade de reconhecer a existência dos vieses inconscientes em todo e qualquer ser humano é algo fundamental para conseguirmos identificar quais vieses estão atuando na nossa empresa e nos nossos processos. Essa identificação amplia o diálogo sobre isso e cria formas inteligentes de reduzir os vieses para que consigamos, de fato, criar equipes de alta performance, capazes de lidar com desafios.

Saber o que realmente impacta o resultado em uma posição ou equipe e definir o que realmente será avaliado é essencial para recrutamentos mais justos.

Eu sei que não é um caminho fácil. Exige uma mudança cultural, além da revisão das nossas atitudes e dos processos que conduzimos como líderes e decisores no recrutamento de pessoas. Mas, certamente os resultados são impressionantes. 

Espero que tenha gostado do tema deste artigo. Ficarei feliz em ler seu comentário sobre o que pensa deste assunto! 😉

Um abraço,

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