Você sabe o que é lifelong learning e como implementá-lo em sua empresa?Você já deve ter ouvido esse termo por aí, uma expressão em inglês, que significa aprendizado contínuo ao longo da vida.
Como executivo de uma organização multinacional e como especialista em empregabilidade, eu posso garantir que todo e qualquer profissional de RH deve ter este termo como um norte para guiar o desenvolvimento contínuo de sua própria carreira, além de auxiliar uma organização a incorporá-lo em sua cultura.
Importância do lifelong learning para uma empresa
Adquirir novos conhecimentos ou mesmo atualizar os já existentes deve ser uma preocupação constante de todo e qualquer profissional que deseja se manter atraente no mercado de trabalho.
Investir continuamente em qualificação profissional e estudos é algo imprescindível para todas as áreas e organizações.
Apesar de eu concordar que esta deve ser uma preocupação pessoal de cada um, acredito também que é um grande diferencial, quando me deparo com empresas e áreas de RH que possuem uma área de Treinamento & Desenvolvimento com processos bem definidos e consolidados, em termos de desenvolvimento de competências profissionais de seus empregados.
Isto, sem dúvida, faz diferença nos resultados financeiros de uma empresa, uma vez que diminui o turnover – rotatividade de profissionais – além de ampliar o senso se pertencimento dos colaboradores ao sentir que a empresa, de fato, contribui com a sua melhoria contínua.
Por que a empresa deve adotá-lo?
Ao pensarmos em conceitos tão falados hoje em dia, como o de employee experience – ou experiência do colaborador – devemos realmente entender esse termo como uma jornada.
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Cada colaborador que entra em uma organização entrega muito de si em suas funções, por isso, nada mais justo do que a área de Recursos Humanos, contribuir com o desenvolvimento deste mesmo colaborador ao longo de sua jornada dentro da organização.
Para mim, funciona como uma espécie de legado que o RH/empresa consegue deixar dentro da trajetória profissional de cada funcionário que passa por ela.
Como recrutador e coach, posso dizer que é muito mais fácil você treinar habilidades técnicas no ser humano do que as comportamentais.
No entanto, também acredito que ao conseguir iniciar uma mudança de comportamento, como por exemplo, diagnosticar e investir em profissionais que precisem desenvolver habilidades de liderança, aprender a tomar boas decisões e se conhecer melhor, sem dúvida, são extremamente mais transformadoras do que simplesmente ensiná-los a mexer em novas ferramentas.
Por isso, quando uma área de RH realmente se preocupa em desenvolver competências desafiadoras, mas que são capazes de mudar o clima de áreas inteiras, eu realmente acredito que é, neste momento, que o RH, de fato, contribui para a estratégia do negócio e consegue mudar os resultados tangíveis e intangíveis de uma organização.
Portanto, o papel da área de Recursos Humanos no lifelong learning é acompanhar tendências de mercado e olhar para as necessidades das pessoas.
Funciona como um match contínuo entre acompanhar as transformações que o mercado de trabalho traz, olhar para as necessidades reais das organizações e entender o que o capital humano dessa mesma empresa realmente precisa para se desenvolver e ajudá-la a chegar a outros níveis de entrega.
Isso só pode ser feito com muito estudo, dedicação e proximidade com pessoas. Desta forma, acredito que esta é uma preocupação constante de RHs que fazem parte de culturas organizacionais que realmente são inovadoras e que se manterão competitivas e atraentes no futuro.
Benefícios desse aprendizado para os colaboradores
Essa forma de educação profissional contínua pode trazer inúmeras vantagens para os funcionários de uma companhia.
Adotar essa medida permite que os colaboradores compreendam melhor o seu trabalho, bem como o ambiente em que ele está inserido e qual caminho deseja seguir na empresa. Além disso, faz com que ajam de forma mais consciente para resolver situações adversas, desenvolvam novas habilidades e contribuam com novas ideias.
A seguir, explico melhor as 6 grandes contribuições, que, a meu ver, uma cultura empresarial consegue fomentar com o lifelong learning:
- Permite melhorar o espírito de equipe, que é um dos fatores primordiais para o sucesso de qualquer empresa. Um dos responsáveis por isso é o fato dos funcionários passarem mais tempo juntos ao desenvolverem suas novas habilidades;
- Faz com que o colaborador se sinta mais incluído nas atividades das empresas ao perceber que o gestor/RH se preocupam em investir em sua capacitação profissional. Isso permite que o funcionário apresente melhor desempenho para realizar suas funções;
- Melhor qualificação dos funcionários a médio e longo prazo, com o aprendizado de novas habilidades;
- Permite que a empresa aproveite novas oportunidades de mercado e invista em recursos inovadores, possibilitando a expansão de novos serviços/produtos ou promover mudanças daqueles que já existem;
- Proporciona novas metas para os colaboradores, permitindo que eles possam crescer na profissão e em seu ambiente de trabalho, aumenta a sua confiança e melhora a autoestima;
- Cria um pipeline de sucessão mais sustentável, estruturado e consistente, uma vez que muitos profissionais desejam continuar aprendendo e crescendo em cadeiras internas dentro da própria organização.
Como o RH pode implementar uma cultura de lifelong learning na prática
O setor de Recursos Humanos desempenha um papel estratégico para que esse aprendizado contínuo possa ocorrer, uma vez que trabalha com a capacitação dos profissionais, incluindo o desenvolvimento de experiências e habilidades.
Na minha opinião, como já disse em outros artigos, o RH é uma das áreas mais importantes de uma empresa, se não o coração dela, já que cuida das pessoas. Ele é o grande responsável por seu crescimento. Além disso, quando é um setor que consegue trabalhar de forma estratégica, próximo às lideranças, se torna extremamente valioso para o negócio.
Por isso, resolvi elencar 4 dicas para você colocar em prática esse conceito em sua organização:
- Liberte-se dos vieses de apenas olhar para cursos longos de bacharelado, especialmente àqueles que são presenciais. Hoje, os cursos livres são uma realidade no mercado e é comprovado que alcançam um nível de qualidade e de engajamento dos alunos muito maior do que era antes da pandemia, uma vez que se adaptam melhor as rotinas individuais de cada profissional.
Também temos visto que as escolas tradicionais não têm conseguido formar os profissionais de mercado com a velocidade que precisamos, por isso, cursos livres podem ser muito mais eficientes – e até mais baratos – do que exigir e investir em qualificações longas dos profissionais;
- Veja se é possível usufruir dos talentos que você já tem internamente. Muitos profissionais têm gosto por ensinar e podem ser ótimos mentores! Muitas escolas corporativas surgem assim, ou seja, as áreas de Treinamento & Desenvolvimento identificam líderes que queiram ensinar e mesclam esses profissionais de dentro da organização com outros convidados de fora dela, para ministrarem cursos de capacitação para os colaboradores que precisam aprender determinadas habilidades ou passar por workshops/oficinas práticas – usufruindo de situações reais da própria organização;
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- Pense em implementar/investir em programas de coaching para profissionais promissores da sua empresa. Os programas de coaching podem ajudá-los a compreender melhor seus objetivos profissionais, além de contribuir fortemente para um processo intenso e, relativamente rápido, de autoconhecimento e mapeamento de competências;
- Não negligencie a importância de reuniões contínuas e frequentes de feedbacks com os profissionais da sua organização – é apenas conversando, especialmente olho no olho, que identificamos do que o outro precisa para se sentir melhor e alcançar novos resultados.
Espero que esse conteúdo tenha ajudado você e sua empresa a compreender a importância de um tema tão falado nos dias de hoje e, caso queira continuar essa conversa comigo, deixe sua mensagem nos comentários desse artigo.
Um abração,