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Como ficam as jornadas das mães no mundo pós-pandemia?

Como ficam as jornadas das mães no mundo pós-pandemia?

Mãe no home office

A pandemia veio para destacar ainda mais uma série de questões sobre o mercado de trabalho dentre elas, a sobrecarga das mulheres e, especialmente, das mães. Então, passei a me perguntar: como ficam as jornadas das mães no mundo pós-pandemia?

Logo no início da crise sanitária, pudemos observar a redução da participação das mulheres nesse mercado ou, então, o crescimento das insatisfações e do estresse daquelas que permaneceram, com a tão conhecida jornada tripla – cuidados com a casa, trabalho e filhos – para uma espécie de jornada contínua, sem fim aparente.

Por isso, neste mês especial das Mães, como especialista, resolvi escrever sobre o que podemos esperar das jornadas de trabalho das mães no cenário pós-pandemia?

Jornada de trabalho das mulheres

Em geral, muitos indicadores nos mostram que as mulheres costumam ter uma maior sobrecarga de trabalho do que os homens. Essa tendência, de muito antes da pandemia, é destacada, por exemplo, por dados do IBGE de 2019, segundo os quais as mulheres gastam 18,5 horas por semana com atividades domésticas e cuidado de outras pessoas, contra 10,3 horas por parte dos homens.

Ainda, de acordo com um relatório da ONG Oxfam do começo de 2020, as mulheres respondem por cerca de dois terços de todo o trabalho não remunerado envolvendo cuidados no mundo, a exemplo daqueles exigidos com idosos, pessoas doentes e crianças.

Esses dados demonstram uma situação de desigualdade para as mulheres no mercado de trabalho, já que elas têm de manejar a atividade remunerada com uma carga maior de cuidados e atividades em casa.

Por conta disso, embora dados também mostrem que costumam ter uma escolaridade maior do que os homens, sua jornada de trabalho é, em média, 7,5 horas maior em uma semana, de acordo com estudo de 2015 do Ipea.

Com a pandemia, o cenário acabou se agravando em alguns sentidos para as mulheres, especialmente para as profissionais e líderes mães, que precisaram conciliar suas três jornadas praticamente ao mesmo tempo.  O fechamento das escolas, por exemplo, exigiu dedicação e acompanhamento extra. 

Impacto na jornada de trabalho das mães na pandemia

Não foi incomum ouvir relatos de diversas mães durante a pandemia acerca da sobrecarga ocasionada pelo trabalho remoto. Vários profissionais de RH, incluindo eu mesma, receberam reclamações a respeito da dificuldade de conciliar o trabalho com as atividades domésticas e o cuidado com os filhos.

Principalmente no início da pandemia, quando as aulas foram suspensas sem perspectiva de retorno, inclusive no formato remoto, as mães de forma unânime, em minhas entrevistas, relataram uma sobrecarga entre as necessidades dos filhos e um trabalho remoto mais demandante, incluindo mais participações em reuniões e uma maior necessidade de proximidade- ainda que virtual – com seus times.

Essa angústia acabou aumentando o estresse das mães de forma sem precedentes. Nomeadamente com crianças mais jovens, a presença constante da mãe em casa lhes passou a impressão de que havia uma maior disponibilidade dela para dar atenção, uma vez que elas não sabem ainda entender que ela não está em casa para se divertir, mas sim trabalhar e contribuir ou prover o sustento da família.

O conceito de jornada tripla, isto é, a sobrecarga entre o trabalho remunerado, os afazeres domésticos e o cuidado com os filhos, acabou evoluindo para uma ideia de jornada contínua, sem intervalos, atingindo todos os momentos do dia.

Surge a pergunta: Como as mães podem reduzir seus níveis de estresse? Tente reservar um tempo para si mesma todos os dias. Os livros podem ajudá-la a se livrar de pensamentos e emoções negativas, assim como os jogos on-line, uma versão moderna da meditação. Os iniciantes podem jogar o jogo de roleta online, um jogo simples, mas extremamente viciante, que promete emoção e prazer. Não deixe que o estresse perturbe o equilíbrio da sua vida – divirta-se todos os dias!

Outra questão que pesou sobre a saúde mental das mães, além dessa sobrecarga, foi o medo de perder o emprego. Infelizmente, um outro dado do citado relatório da Oxfam acabou sendo confirmado com o decorrer da pandemia: quando há crise, as mulheres são as que mais perdem seus postos de trabalho.

Embora muitas mulheres, com destaque para as mães, tenham tomado conscientemente a decisão de deixar os seus empregos para poderem se dedicar em tempo integral às atividades domésticas e de cuidado com os filhos, o resultado para o mercado de trabalho acabou sendo o mesmo.

Segundo a pesquisa Pnad Contínua, no início da pandemia, em março de 2020, cerca de sete milhões de mulheres deixaram o mercado de trabalho.

Para a América Latina e o Caribe, a pandemia causou um retrocesso de mais de dez anos em termos de participação das mulheres nesse mercado, aponta relatório da Cepal. No Brasil, isso levou à menor taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho das últimas três décadas.

Em suma, os impactos da crise sanitária de Covid-19 afetaram desproporcionalmente as mulheres e mães no mercado de trabalho, seja aumentando sua jornada de trabalho por conta da sobreposição dos afazeres domésticos e cuidados com filhos, seja pela diminuição de sua participação no mercado, voluntária ou involuntariamente.

Efeitos da pandemia no mercado de trabalho para Mães

Com o retorno à normalidade, alguns impactos ocasionados ou intensificados pela pandemia devem ser amenizados no cenário dos próximos anos.

Com a flexibilização das restrições impostas em regime de lockdown, a retomada de diversas atividades importantes para as mães no mercado de trabalho, especialmente creches e escolas, têm sido fundamentais para o retorno delas ao mercado de trabalho. Além disso, a parcial retomada da atividade econômica fez com que mais postos de trabalho se tornassem disponíveis.

No entanto, o tempo longe do mercado de trabalho acaba dificultando o retorno de muitas mulheres. Segundo Laísa Rachter, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Estudos Econômicos, da FGV, esse tempo acaba tirando das mães a oportunidade de investirem mais em seu próprio capital humano, o que faz com que retornem ao mercado em condição inferior a alguns homens.

Cientes dessa dificuldade, algumas mães acabam renunciando aos seus empregos, ou então de direitos trabalhistas. Temos que lembrar que há uma dificuldade histórica para as mães permanecerem no mercado de trabalho após terem filhos, sem que políticas públicas surtam o efeito de mantê-las empregadas.

Um estudo, que me chamou atenção, realizado pela Escola Brasileira de Economia e Finanças, também da FGV, indica que apenas 40% das mulheres que têm direito à licença-maternidade efetivamente gozam do benefício. Um ano depois da data do nascimento, ou da adoção, cerca de 20% das mães com o direito acabam deixando o mercado de trabalho, seja voluntariamente, seja por desligamento.

Vale destacar que, ainda que a lei garanta a estabilidade da mãe durante a gestação e a licença-maternidade, infelizmente, diferentemente de muitos países europeus, por exemplo, não há essa garantia para o momento posterior.

O futuro da jornada de trabalho

Especificamente quanto à jornada de trabalho, seria inocente de minha parte não dizer que a maternidade tem um impacto considerável.

No entanto, como é do meu feitio sempre gosto de olhar as coisas por outros ângulos e enxergar oportunidades nesse mundo pós-pandemia.

Acredito que apesar dos primeiros meses terem sido bem desafiadores para muitas mulheres com filhos, especialmente crianças muito pequenas, a pandemia abriu oportunidades de trabalhos mais flexíveis, híbridos e até mesmo 100% remotos para muitas mães profissionais.

E isso, na minha opinião, é sim uma ótima notícia e um grande avanço para o mercado de trabalho, dado que, muitos setores mais conservadores, inclusive indústrias viram que é possível trabalhar com esquemas de rotatividade presencial ou mesmo vagas de BackOffice que podem se tornar 100% remotas, mesmo após o cenário crítico que vivemos nos últimos anos.

Isso abre muitas oportunidades para muitas mulheres que desejam voltar ou retomar suas carreiras sem desistir de estarem próximas de seus filhos. Isso, inclusive, tem sido fortemente demandado por muitas candidatas da área de Recursos Humanos em meus processos. 

Além disso, não é difícil, hoje em dia, muitas profissionais trocarem altos cargos e salários por jornadas mais flexíveis, saúde mental e a possibilidade de trabalhar mais dias em regime home office. 

Por isso, acredito que meu papel aqui seja o de ressaltar que existem sim grandes desafios para as Mães no mercado de trabalho, mas acredito que hoje vivemos cenários que poderão contribuir para um melhor equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

E assim, como nós mulheres temos dito há tantos anos, cada vez mais, não precisaremos ter que optar entre carreira e maternidade. Acredito que veremos, com muito mais frequência, mulheres sentando-se nas primeiras cadeiras da liderança sendo mães, avós e o que mais quiserem ser!

Um abraço,

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